SISTEMA REPRODUTOR
Uma das principais características dos seres vivos é a sua capacidade de reprodução,
que é a produção de novos seres a partir de seus progenitores. Na espécie humana,
a reprodução é do tipo sexuada , porque é consequência da junção de duas células:
os gametas masculino e feminino. Cada um dos gametas contém parte do código
genético do pai e da mãe, garantindo que suas características passem para o filho e
sejam perpetuadas pelas gerações.
A produção dos gametas e dos hormônios sexuais é função do sistema reprodutor.
Sistema Reprodutor Masculino
No homem, o sistema reprodutor é formado por testículos, epidídimos, ductos
deferentes, vesículas seminais, ductos ejaculatórios, próstata e pênis.
Os testículos são duas glândulas ovais (gônadas) de aproximadamente cinco cm de
comprimento, normalmente situado na bolsa escrotal, que, por sua vez é formada de
pele frouxa e tecido subcutâneo com fibras musculares. No feto os testículos ficam
dentro da cavidade abdominal, onde se originam, e só no final do desenvolvimento
intrauterino é que descem para a bolsa.
O testículo possui uma camada de revestimento esbranquiçada e rígida, a túnica
albugínea. Ela envia para o interior do testículo septos que o dividem em lóbulos, onde
se localizam os túbulos seminíferos. Os espermatozoides são produzidos no interior
desses túbulos, cujo numero aproximado é de 900 em cada testículo. Nos túbulos
seminíferos ficam as células espermatogênicas, que formam os espermatozoides.
Os espermatozoides são formados num ritmo intenso, ate 300 milhões por dia. São
células altamente especializadas, preparadas para sua função, que é penetrar um
ovócito secundário. Observar-se na extremidade anterior do espermatozoide uma
cabeça cujo núcleo possui 23 cromossomos. O acrossomo reveste a porção anterior
da cabeça, contendo enzimas (hialuronidases e proteases) que facilitam a penetração
no ovócito secundário. Abaixo da cabeça fica o colo, uma região inicial da cauda
propriamente dita.
Os túbulos seminíferos desembocam nos túbulos retos, que, por sua vez, convergem
numa rede de túbulos denominada rede testicular. Dela saem de 8 a 15 túbulos
diferentes, que se dirigem para um único ducto epididimário. Esse ducto pode chegar
a medir 6 metros, mas se enovela intensamente dando origem ao epidídimo, órgão
em forma de vírgula que mede de 4 a 7 centímetros de comprimento e se situa
sobre a borda posterior do testículo e cuja função e armazenar e amadurecer os
espermatozoides.
Pela cauda do epidídimo sai o ducto deferente, com 45 centimetros de comprimento,
que entra na cavidade abdominal conduzindo os espermatozoides e termina numa
porção dilatada, a ampola do ducto deferente, juntando-se com a vesícula seminal. Os
espermatozoides podem permanecer por meses no ducto deferente e, se não forem
utilizados, são reabsorvidos.
As vesículas seminais situam-se posteriormente a bexiga e produzem uma secreção
viscosa alcalina que forma a maior parte do sêmen e cuja função é proteger e nutrir os
espermatozoides. Seu ducto une-se com a ampola do ducto deferente para formar os
ductos ejaculatórios, que penetram na próstata e desembocam na uretra prostática.
A próstata é uma glândula situada abaixo da porção inferior da bexiga e que secreta
o líquido prostático – leitoso, ligeiramente ácido, que contribui para a mobilidade e
nutrição do espermatozoide, formando cerca de 25% do sêmen. Ela envolve a porção
prostática (primeira porção) da uretra. Em casos de aumentos do volume prostático,
pode haver dificuldade de eliminação da urina em função da compressão dessa
porção de uretra.
Após a porção prostática, encontra-se a porção membranosa da uretra, a mais
curta. Ela atravessa os músculos do períneo e, ao seu lado, ficam as glândulas
bulbouretrais, que têm o tamanho de uma ervilha e produzem uma secreção alcalina
que, durante a excitação sexual, lubrifica a uretra e elimina a acidez deixada por
resíduos de urina. Apesar de estarem ao lado da porção membranosa da uretra, seus
ductos se abrem somente na uretra peniana.
O pênis é o órgão copulador do sistema reprodutor masculino. É formado por três
corpos eréteis, que, ao se encherem de sangue, aumentam de volume e rigidez,
provocando a ereção. Esses três corpos eréteis são: dois corpos cavernosos e um
corpo esponjoso. Dentro do corpo esponjoso encontra-se a porção peniana (ou
esponjosa) da uretra, que conduz, alternadamente, o sêmen ou urina.
Na extremidade proximal, o pênis tem uma raiz formada pelos chamados ramos do
pênis (corpos cavernosos) e pelo bulbo do pênis (corpo esponjoso). Após a raiz,
encontra-se o corpo do pênis: em sua parte distal, o corpo esponjoso forma uma
dilatação terminal onde se abre a uretra, a glande, que é recoberta pro uma prega
retrátil de pele chamada prepúcio. O estreitamento da abertura do prepúcio, quando
não permite retrai-lo e descobrir a glande, é a fimose, que dificulta a higiene e pode
levar a infecções ou doenças mais graves do pênis.
A Importância da Bolsa Escrotal
Ela mantém a temperatura dos testículos cerca de dois a três graus abaixo da
temperatura corporal, o que e fundamental para a produção de espermatozoides. Há
no tecido subcutâneo da bolsa escrotal duas camadas musculares: o cremáster, que
eleva os testículos, e o darto, que enruga a pele do escroto. Ambos respondem ao frio
e servem como um mecanismo regulador de temperatura.
Vasectomia
É a cirurgia de esterilização masculina, realizada com uma incisão na parte posterior
da bolsa escrotal, ligadura e retirada de um segmento do ducto deferente, Assim, os
espermatozoides não podem ser eliminados, então morrem e são reabsorvidos no
epidídimo. A vasectomia não afeta as células de Leydig, portanto em nada interfere
na libido e nas funções sexuais. E muito eficaz e segura. Apesar da possibilidade de
reversão da cirurgia, o sucesso no retorno à fertilidade é menor que 50%.
Sêmen
Em cada ejaculação há a liberação de 2,5 mililitros a 5 mililitros de sêmen com
uma quantidade de espermatozoides que varia de 50 milhões a 15º milhões por
mililitro. Taxas inferiores a 20 milhões de espermatozoides por mililitro podem levar à
infertilidade
Sistema Reprodutor Feminino
O sistema reprodutor feminino diferencia-se funcionalmente do masculino por uma
característica essencial: ele não se limita a produzir gametas e hormônios sexuais –
é também o receptáculo do concepto. É no seu interior que o concepto se desenvolve
por noves meses, até ser capaz de se adaptar ao mundo externo.
Genitais Externos
Os órgãos genitais externos femininos formam um conjunto chamado vulva, composto
de estruturas que podem ser visualizadas sem o auxílio de instrumentos, como:
• Monte Púbico: Elevação de tecido adiposo, recoberto por pelos, que protege a
sínfise púbica.
• Grandes Lábios: Com tecido adiposo e pelos pubianos.
• Pequenos Lábios: Sem gordura ou pelos.
• Clitóris: Massa de tecido erétil, análogo ao pênis, recoberto parcialmente pelo
prepúcio do clitóris, uma prega de pele próxima à união anterior dos lábios
menores.
Entre os pequenos lábios fica o vestíbulo, onde se abrem a vagina (que pode ainda
estar parcialmente recoberta pelo hímen), a uretra e as glândulas vestibulares maiores
– conhecidas ainda por glândulas de Bartholin – que produzem muco durante a
excitação sexual.
Sob os grandes lábios existem os bulbos do vestíbulo, massas de tecido erétil, assim
como o clitóris, que também se ingurgitam durante a relação sexual.
Genitais Internos
Os órgãos genitais internos femininos são: útero, tubas uterinas e ovários.
A vagina é um espaço tubular fibromuscular recoberto com uma mucosa pregueada
com cerca de 10 centímetros de comprimento. Ela comunica a vulva com o útero.
Suas paredes são musculares e têm capacidade de contração. A vagina tem as
funções de receber o pênis durante a relação sexual, dar saída ao fluxo menstrual e
formar o canal do parto. A vagina tem grande elasticidade tanto no sentido longitudinal
quanto transversal.
O útero, por sua vez, é um órgão oco, em forma de pera, com paredes musculares
espessas. Ele serve como caminho para os espermatozoides chegarem à tuba uterina
para a fertilização e abriga o feto durante o seu desenvolvimento, podendo crescer
até um volume de 5 litros. A porção inferior do útero insinua-se para dentro da porção
superior da vagina e é chamada de colo do útero. A parte central, denominada corpo
do útero, é separado do colo pelo intestino. A porção superior e o fundo do útero. Na
junção entre corpo e fundo saem as tubas interinas, duas estruturas que se estendem
lateralmente em direção aos ovários, de onde capturam os ovócitos secundários.
As tubas são compostas por um infundíbulo (que se abre para a cavidade pélvica
e por onde o ovócito secundário entra), recoberto em sua extremidade por franjas
denominadas fímbrias, por uma ampola (porção mais dilatada onde ocorre a
fecundação na maioria dos casos) e por um istmo (porção mais proximal e mais
estreita).
Por ser um órgão oco, o útero possui um espaço em seu interior que é chamado de
cavidade interina na região do corpo e de canal cervical na região do colo. As paredes
uterinas são formadas por três camadas: o perímetro, camada de revestimento,
é a mais externa e continua no peritônio, formando o mais evidente ligamento do
útero – o ligamento largo; o miométrio, camada média formada por músculo liso; e
o endométrio, a camada mais internam muito vascularizada, que se altera durante o
ciclo menstrual.
O útero tem uma posição padrão chamada de anteversoflexão. Isso significa
simplesmente que o corpo do útero se inclina anteriormente em relação ao colo, e,
além disso, o próprio corpo e côncavo anteriormente. Alterações na posição normal de
anteversoflexão podem levar a infertilidade.
Os ovários são as gônadas femininas e produzem hormônios e ovócitos secundários.
São estruturas pequenas, em forma de amêndoa, ancoradas por ligamentos como o
mesovário (parte do ligamento largo do útero) e o ligamento útero-ovárico.
Quando nasce, a mulher já está em fase avançada no seu desenvolvimento de
células germinativas, que se encontram no estágio de ovócito primário. Envolvendo
os ovócitos existem células foliculares. Após a puberdade, a cada ciclo ocorre a
maturação de um folículo e um ovócito, gerando um ovócito secundário, que pode ser
fecundado e gerar, por fim, um zigoto. Portanto, o que ocorre na puberdade não e a
formação de novos gametas, mas a maturação das formas já existentes.
A partir da puberdade, as estruturas ovarianas produzem dois hormônios, o estrogênio
e a progesterona. O estrogênio age na formação das características sexuais
femininas, como o alargamento da pelve e o desenvolvimento da vagina, dos grandes
e pequenos lábios, dos pelos pubianos e das mamas. Já a progesterona prepara o
útero para a gravidez e as mamas para produzir leite.
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